Uruguai no inverno em seis dias
Primeiro dia – Partido de São Paulo, os
voos descem em Montevidéu pela hora do almoço. Hora de comer a famosa
parrillada. Não chegue aos domingos, pois tudo está fechado por lá – museus,
casas de câmbio, as atrações.
Fique num hotel no Centro Velho,
deixe as malas e peça um mapa turístico da cidade. O melhor é ir direto para o
Mercado do Porto e já comer a parrillada. Há vários restaurantes, todos muito
parecidos. Se quiser experimentar, peça o braseiro para dois e mais um
acompanhamento, que dá para três. Costuma vir com morcilla, chorizo (linguiça),
“asado” (costela de boi), frango e chinchulín, uma tripa de boi recheada com
não sei o quê. As carnes são boas, sem muito entusiasmo. Daí por diante, o
melhor é pedir alguma carne específica à la parrilla.
No Mercado do Porto tem um
pequeno boteco que só serve empanada. Dizem que é a melhor de Montevideo. A de
doce de leite é de fato muito boa. Faltou experimentar as outras.
Acompanhe as carnes com os bons
vinhos tannat uruguaios. Como disse uma uruguaia, uma carne pede um tannat, ou
o vinho é uma boa justificativa para comer carne.
Hora de visitar os museus. Há
alguns interessantes, todos pequenos. Do lado do Museu do Porto fica o Museu do
Carnaval, que vale para conhecer o candombe, música afro-uruguaia, apresentado
em vídeos – vale também comprar um CD do Ruben Rada, Jaime Ross e outros que
utilizam a raiz do candombe, na lojinha do museu. No centro também vale passar
no Museu de Arte Precolombina e Indígena (Rua 25 de Mayo); Museu Torres Garcia,
um dos mais influentes artistas de lá (Rua Sarandi); Museu Gurvich, artista judeu
lituano radicado em Montevidéu (Plaza Matriz); Museu Figari, pintor
nacionalista/modernista (Rua Juan Carlos Gomez).
Para as
comprinhas, tem muitas lojas na Sarandi e nas ruas do centro.
Segundo dia – Dia de caminhadas pela
cidade. Termine de visitar os museus que não conseguiu ver no dia anterior. É
bom andar pelas ruas do Centro, ver o Portal da Cidade no começo da Rua
Sarandi, o Palácio de Salvo, na Plaza Independência, a praça central da cidade.
No mapa turístico tem a indicação de vários edifícios antigos e bonitos na
Avenida 18 de Julio.
Entre
as caminhadas, descanse em um dos cafés que se espalham pela cidade. O melhor
deles é o da Livraria Más Puro Verso, ao lado do Museu Torres Garcia.
Shows – Antes de viajar, consulte a
programação do Teatro Solis. Se tiver algum show ou concerto interessante, não
deixe de ir – vale pelo espetáculo e pelo teatro, muito lindo, do final do
Século XIX. Tem também visitas guiadas ao teatro.
Não
deixe de ir, também no Café Fun Fun, onde se reunia a boemia uruguaia, que
apresenta shows de tango ou música tradicional deles. Bons petiscos e uma
bebida que só tem lá, a uvita. Os shows começam lá pelas dez e meia, mas chegue
lá pelas nove, se quiser pegar mesa.
Terceiro dia – Alugue um carro, agende
uma visita à Vinícola Bouza (antes de viajar) e uma degustação de vinhos,
acompanhada de queijos e frios. São mais ou menos 15 quilômetros do centro de
Montevidéu, pela Rambla, depois Rota 5, de fácil chegada com a ajuda de um GPS
ou um mapa no celular. Também dá para ir de táxi.
Na volta, de carro, suba até o
Cerro, que fica na entrada de Montevideo. As placas levam você até lá. A melhor
vista, com toda a cidade a seus pés. Se quiser, visite forte e museu.
Antes de voltar ao hotel, faça um
tour pela rambla, a avenida que margeia o Rio da Plata.
Quarto dia – Acorde bem cedo e vá
conhecer Punta del Este. A 120 quilômetros, ida e volta no mesmo dia. Uns
trinta quilômetros antes de Punta, visite Piriápolis, um balneário
interessante. Pegue a primeira entrada, passe pela avenida à beira mar e curta
as casinhas, vá até o centro da cidade e volte para a autoestrada.
Antes, no caminho, entre em
Punta Ballena e visite a Casapueblo, do artista plástico Carlos Páez Villaró.
Há exposição permanente de suas obras, mas a casa é o grande espetáculo. Fica
numa encosta frente ao mar, a construção de inúmeros cômodos acompanha o
terreno. Dizem que ela inspirou Vinicius de Morais a escrever “era uma casa
muito engraçada, não tinha tenho, não tinha nada”.
Em Punta del Este, vá direto ao
porto, almoce e depois caminhe por lá. Se der sorte, pode ver os vendedores de
pescados alimentando lobos marinhos e as gaivotas disputando as sobras dos
leões.
Volte para Montevidéu e durma
por lá.
Quinto dia – De carro novamente, rumo
Oeste, até Colonia del Sacramento. São 180 quilômetros pela Rota 1. Colonia é
uma cidade histórica, de onde partiu o General Artigas com meia dúzia de gatos
pingados e armados para conquistar a independência do Uruguai. Patrimônio
histórico da humanidade, a cidade.
Fique em uma pousada no centro
histórico. É muito agradável caminhar pelas ruas de pedra, olhar as casas,
visitar os museus (todos muito pequenos), subir no farol e na parte que resta
da muralha e caminha na beira do Rio. À noite, se avistam as luzes de Buenos
Aires do outro lado do Rio.
Durma por lá e volte para Montevidéu
no dia seguinte, direto para o Aeroporto e tome o avião de volta para o Brasil.
Se preferir, dá tempo de voltar
no mesmo dia para Montevidéu.
Sexto dia – Se estiver em Montevidéu e
for um domingo, visite a Feira de Tristán Narvajas, na rua do mesmo nome.
Interessante, um lugar onde se vende desde frutas e verduras a quinquilharias.
De livros a casacos. De antiguidades a ferro velho. Funciona de domingo, a
partir das 9, até a hora do almoço.
Dicas de restaurantes – Em Montevidéu:
Tandory, ótimo, mas longe do Centro; El Fogón, boas carnes e bom cordeiro;
Parrilla del Solis, boas carnes; Dueto, comida de chef, muito boa; Café da
Livraria Más Puro Verso. Em Punta del Este: Lo de Tere, perto do porto, comida
ótima mas cara. Em Colonia: El Buen Suspiro, para a noite; La Florida, perto da
muralha; Café Ganache, boas tortas e café. Os endereços, a
internet fornece.